Olá queridos,
Estava eu aqui, preparando o computer pra escrever, e pensando, em qual seria um bom título pra esse post. Tinha algumas idéias como: "Toda opção envolve uma perda", "Escolhas da vida", ou simplesmente, "Elas voltaram!". Pois é, talvez você já imagine qual é o assunto. Sim, é o retorno da mamãe e Déia pra casa, a nossa querida terra brasilis.
Dentre todas essas opções, escolhi esse aí acima e perdi todos os outros :), já indicando a consequência de quando fazemos uma escolha. Mas usei esse porque acho que representa bem a viagem delas e para mim, o tempo em que as tive por perto.
Elas voltaram na terça-feira, 01 de julho, dia do Canadá. Ironia ou não, voltaram no dia em que muitos canadenses, nascidos ou conquistados, celebravam mais 1 ano de um país que abriga diferentes povos e se orgulha disso. Um país que nos fez aceitar seu convite de vim viver nele e passar pela dificil tarefa de viver longe, fisicamente, das pessoas que amamos.
É José, eu digo e afirmo. Essa é, sem dúvida, a parte mais complicada de ser um ex-patriado. Isso claro, se a pessoa for muito ligado a família, como no meu caso. O motivo de só estar escrevendo agora é porque no dia seguinte à partida, eu não tinha condições de postar nada sem demarrar litros de lágrimas. Eu pensava e automaticamente me vinham as benditas aos olhos. O meu problema é que, assim como posso cair na gargalhada por horas ou quase ter uma
síncope de tanto rir, sou capaz de chorar o dia inteiro se o coração estiver apertado por algo.
Na quarta-feira, o rosto estava inchado e a cabeça pesada. No trabalho, todos me olhavam com cara de interrogação. Até que o Gaston, meu amigo argentino, veio me perguntar, em alto e bom som, se minha mãe tinha ido embora e se eu tinha chorado por isso. Falei que sim e ele disse:"mas não chora agora não Leia, por favor" :)... figura! E foi assim que os que estavam ao meu redor ficaram sabendo o motivo do meu semblante distante, redondo :) e que, no fundo, não estava afim de estar ali.
Bom, mas choradeiras de despedida à parte, tê-las por aqui foi simplesmente maravilhoso! Elas curtiram bastante a cidade, andaram por tudo, nós aproveitamos pra ir a Quebec, Montreal e Ottawa com elas, fomos a ribfest e fomos até a praia! Pois é, no ultimo dia, fomos descobrir a praia de Toronto. Eu nunca tinha ido e foi ótimo aprender que tenho uma praia por perto (de lago, é claro, pois não estamos na costa) e que posso ficar de biquini, curtindo o sol, jogar frescobol ou simplesmente andar pra lá e pra cá. Fiquei realmente muito feliz. Isso porque significa que, no verão, posso ter praticamente o mesmo estilo de vida que eu tinha no Rio! Muito bom!
Tudo isso também me faz novamente constatar o valor das pequenas coisas. Eu sempre procurei valorizar o que tinha, o que tenho. Isso vem da educação que recebi dela, a mamãe e dele, o papai, que infelizmente não pode vir junto. Valorize sempre por menor que a coisa seja . Por exemplo, a mamãe ao ir dormir sempre dizia:"Ah, como é bom estar na horizontal, depois de um dia inteiro na vertical!". Veja se não é algo sublime. Valorizar o simples fato de estar deitado numa cama e poder relaxar o corpo. E hoje, toda vez que temos um dia cheio, eu e o Ricardo, dizemos, "é, ela tinha razão... estar na horizontal é tudo de bom! " (Claro, que daí podem surgir pensamentos diversos em se tratando de eu e Ricardo na horizontal... haha, mas páro por aqui, pois o assunto é proibido pra menores :)).
Outra coisa que valorizavamos, durante a viagem, era tirar o sapato depois de um dia de andanças. Nossa, como era bom! Um alivio total. Sem contar as comidas que mamãe fez e a Déia imitando a velha que a Samantha Schmütz faz no zorra total. Impagável e claro, a gargalhada foi geral. Pois é, foi por essas e muitas outras que os 20 dias foram intensos, de muita alegria, conversas, energia boa e amor de mãe e irmã.
Assim, termino este post emocionado, dizendo que: "Eterno enquanto dure pra nós é a VIDA TODA, amor de família é a melhor coisa do mundo e eu agradeço a Deus por mais esta oportunidade!"
Agora eu vou indo e deixo as fotos da praia e do aeroporto!
um beijo enorme e boa semana,
Léia
Na sexta-feira, dia 25, fomos ao batizado de uma menina linda, chamada Jaqueline. Foi uma cerimonia espírita, sem rituais. Apenas uma explicação do significado do batismo (segundo o evangelho) e uma oração feita por todos ali presentes.
